domingo, 10 de outubro de 2010

Serralá?

Hoje fomos pedalar e correr na orla que vota mais à direita, em todo o Estado.

Do Leblon ao Arpoador.

No Arpoador, um monte de bandeiras Serra-45, carregadas por um monte de gente.

Todos uniformizados e pareciam pertencer a uma mesma comunidade.

A comunidade dos que fazem um bico aos domingos, prá descolar algum.

Era tudo muito organizado.

Tinha uma senhora, dessas distintas, de nariz em pé que organizava tudo.

Branca, azeda, enquanto o pessoal das bandeiras era morenim ou escurim.

Eu cheguei perto deles e perguntei se eles iam votar no Serra mesmo ou se, só estavam trabalhando.

Eu estava com adesivo da Dilma no peito e no braço!

Eu sou branco, mas estava sorrindo.

E eles disseram sorrindo, que só tavam trabalhando!

Aí, veio um casal com adesivo igual ao meu, perturbar a branca-azeda-organizadora.

Primeiro eles jogaram a isca...

- Porque estão todos enfileirados?

- As pessoas estão gostando...

- Mas parece uma manifestação facista!

- Dá pra ver que vocês estão do outro lado! Disse ela com arrogância...

- Porque você não comprou camiseta preta para todos, ia ficar ainda mais parecido!

- A branca azeda ficou puta.



Enquanto isso o carro de som tocava uma musica de candidato chata prá caralho...

O Serra é o mais competente.
Vai cuidar da gente...


O Serra é o mais competente.
Vai cuidar da gente...


O Serra é o mais competente.
Vai cuidar da gente...

Olhamos para o motorista da Kombi do som.

Bia perguntou se ele ia votar na Dilma.

Ele sorriu e disse que sim...



Ao chegar no prédio, perguntamos ao porteiro em quem ele ia votar.

Desconfiado, ele disse que votou na Dilma, mas que agora ainda não tinha decidido...

Quando dissemos que ele devia votar na Dilma, ele mudou a prosa.

Disse que no Nordeste, onde mora sua família, mudou muito e para melhor.

E nos devolveu o sorriso.

U.T.I.

Hoje conheci a sigla de mais um bloco de Carnaval.

Justamente hoje, quando conversava com a Bia sobre: se terei ou não crise de chegar aos sessenta.

Bia acha que sim, que terei.

Eu acho pouco provável que escaparei, afinal, aos trinta, tive crise e sessenta são 2 vezes trinta!

E a sigla do bloco?

Não digo ainda, pois descobri que estou despreparado para entrar na Terceira Idade.

Afinal, não sei o que significa isso ao certo e ainda não sei as regalias que terei a partir dos 60.

Há controvérsias... pois, parte das regalias estarão à minha disposição (?????) somente a partir dos 65!

Enquanto aguardávamos, por uma mesa no Bracarense o papo seguia animado para todos, mas ameaçador para mim.

Papo vai, papo vem, uma amiga nossa que também caminha para os sessenta, apontou para uma mesa de gente ainda mais velha e disse: - Tá vendo aquela mesa. Eles me convidaram para sair no bloco deles e dizem que eu serei a mascote do bloco!

- Como assim, disse a Bia?

- Na verdade o bloco se reúne, mas não evolui, e me disseram que eu serei a mais jovem...

- E qual o nome do bloco?

UTI – Unidos da Terceira Idade :) :) :)

sábado, 10 de julho de 2010

Para Bia II

´

É tudo isso!

Para Bia

...
Estrela de luz
Que me conduz
Estrela que me faz sonhar


Amor, sonhe com os anjos (não se paga)
Não se paga pra sonhar
Eu sou a noite mais bela
Que encanta o teu sonho
Te alucina por te amar (amar, amar)
Vem nas estrelas do Céu
Vem na lua de mel
Vem me querer...

Composição: Paulinho Mocidade, Dico da Viola e Moleque Silveira

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Comentários de Saramago

Esse Blog é um Achado!.

Aliás, esse é o nome de um cão, personagem importante no livro do autor, A Caverna.

http://caderno.josesaramago.org/

sábado, 19 de junho de 2010

GAROTA DO BALACOBACO

Conheci uma garota do balacobaco...

Uma garota diferente! (linda, por sinal!)

As vezes eu falo distraídamente: Eu prefiro viver assim ou assado, por isso ou por aquilo...

E ela me surpreende retrucando: Enquanto voce vive eu ...  sobrevivo!

domingo, 30 de maio de 2010

Sexta-feira.

Nós, amigos da praia, dos restaurantes, dos bares, dos encontros, das festas e dos sufocos que a vida nos traz, nos reunimos para comemorar.
Tinhamos 2 ótimos pretextos: o aniversário da Isabella e o lançamento do livro do Nando.
Não podia ser melhor, ainda assim sentimos a falta do Sidinho e da Ana
João tocou violão.
Cantamos bossa nova.
Há testemunhas que o Ricardo cantou também!
Bebemos diversos vinhos tintos.
A mulherada evoluiu em coro, como se estivesse num palco iluminado.
Rimos e sorrimos por horas e horas.
E cantamos a plenos pulmões:
É bonita, é bonita e é bonitááááá!!!!!!!!
Vivê-ê-ê-ê-ê-ê-êrrrrrr!!!!
....
E a Bia, a minha mulher, estava maravilhosa, iluminada!
Perfeita como anfitriã.
E assim, seguimos pelo fim de semana...
Felizes com a energia acumulada em comum.

domingo, 25 de abril de 2010

Las madres y las abuelas de La Plaza de Mayo-B.A.

Ontem saiu no O Globo uma matéria sobre 2 jovens, um homem e uma mulher de 32 anos, adotados em 1976 pela atual dona do jornal El Clarín, em plena ditadura militar argentina.
Eles se dizem vítimas da perseguição política do governo de Cristina Kirchner ao Grupo El Clarín e não querem fazer o exame de DNA, obrigatório por lá, para que parentes de desaparecidos confirmem de quem são descendentes.
O poder do Grupo El Clarín vem adiando seguidamente a coleta de material para os exames e há muita pressão política contra e a favor.

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/04/22/filhos-adotivos-de-dona-do-clarin-dizem-estar-sendo-usados-pelo-governo-para-atacar-mae-916417287.asp

Estive com minha família na Plaza de Mayo, especialmente, para ver Las madres et las abuelas, em 2004.
Admiramo-as em silêncio e com lágrimas nos olhos. Sabíamos que apesar da idade permanecem ali em busca de informações sobre seus filhos desaparecidos. Sabíamos que muitos de seus maridos já se foram, justamente por guardar a dor entre 4 paredes.
Elas não. Com reumatismos, artroses, dores, bengalas e cadeiras de rodas elas, pelo menos uma vez por semana, estão ali.
Impossível não admirá-las e compreendê-las depois do filme argentino A História Oficial que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Impossível não admirá-las e compreendê-las depois de conhecer a entrevista que uma delas deu à revista Caros Amigos, há 5 anos atrás.
Impossível não admirá-las e compreendê-las ao entrar no site que mantém e ler ao acaso o que li e que deixo o endereço para vocês.
http://www.madresfundadoras.org.ar/noticia/Volveracasa/374


SOU A FAVOR DA POSIÇÃO DAS MÃES e AVÓS, ELAS TÊM O DIREITO DE RECONHECER SEUS NETOS, AINDA QUE ELES NÃO SEJAM OBRIGADOS A CONVIVER COM ELAS.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Desabafo e Opressão

Hoje fui ao trabalho, em Niteroi.

Já sabia que bem próximo da empresa, há uns 800 metros talvez, casas haviam caído, pessoas tinham morrido.
Ainda assim, achei que suportaria a travessia.

Contudo, na véspera ouvi um relato de quem havia estado por lá, pela manhã.
Ele me disse que enquanto avaliava o local, uma mulher olhava para os escombros e chamava por parentes desaparecidos...
Eu vi a foto dela, tirada pelo celular...

Não reagi bem.
Era próximo demais do meu cotidiano para conseguir ficar imune.

Passei o dia pensando no diálogo trágico/absurdo.
Imaginei muito bem a cena, pois conhecia muito bem o cenário.

Para tornar minhas autodefesas mais frágeis, à noite, mais dramas.
Notícias e filmagens de um catastrófico desabamento, que acabara de ocorrer, ao lado do percurso que eu faria na manhã seguinte, para chegar ao trabalho.
Absurdo dos absurdos foi compreender que pessoas haviam feito suas moradias sobre um aterro sanitário, em aclive, e que a prefeitura da cidade, assitira indiferente à tragédia anunciada.

Fui dormir revirado.

Hoje fui ao trabalho em Niterói.
Não pude passar próximo aos locais do relato e da tragédia principal.
Ainda assim, não estava com o escudo invisível com o qual costumo me deslocar.
Para conseguir chegar, passei por outros caminhos tortuosos, onde desabamentos com mortes não sairam na TV.

Ao me deslocar, ouvi constrito, o silêncio que só é quebrado pelo ruído de águas descendo por ruas desfiguradas.

Muita gente que mora no Rio de Janeiro, não sabe que o Prefeito de Niterói está em seu terceiro mandato.

Lá e também aqui, não dá para botar a culpa nos índices pluviométricos.

PUSILÂNIMES! (*)

Todos nós nos tornamos, pusilânimes!

(*) Fraco de ânimo, de energia.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Estórias para Nina – 1

No dia que você nasceu, seus pais levaram um monte de amigos para a maternidade, para esperar a sua chegada.
Ainda bem que sua mãe ficou num quartão, tão grande, mas tão grande, que cabia todo mundo.
Os médicos marcaram para você sair mais cedo mas, aí, demoraram mais um pouquinho, deixando que você ficasse mais um tempinho, na barriga da mamãe.

Foi bom!
Deu tempo para o seu pai mudar de idéia e levar a máquina fotográfica para fotografar você, na horinha que você estivesse saindo.
Deu tempo para todos os tios chegarem e aguardarem pela sua chegada.
Deu tempo para o berçário encher de crianças lindas que nem você!
E ainda deu tempo para a galera toda, que te esperava, ficar babando, olhando para seus colegas de berçário, se espreguiçando, se mexendo, abrindo e fechando os olhos.


De repente, a torcida se desarrumou toda!
É que, no fundo do corredor, você vinha chegando num carrinho de bebê-recém-nascido! (depois eu te levo pra ver um carrinho de bebê-recém-nascido)
Quem vinha pilotando o carrinho era a enfermeira e quem vinha ao lado, todo orgulhoso, era seu pai!
Aí, a torcida reconhecendo quem estava chegando ficou toda assanhada e gritou:
UUUUUEHEHEHEHEHEHEH!


E aí, a torcida se aglomerou na porta de entrada do berçário!
Fotos, sorrisos e a informação rápida de seu pai, dizendo que tudo tinha ido muito bem e que sua mãe estava ótima!
Pronto, agora todos relaxam e se abraçam felizes!


Aí, você fica peladona!
Verificam seu peso e altura e a torcida comemora.
A enfermeira coloca você no colo do seu pai para tiramos um monte de fotos!
E a seguir, ela coloca você no quentinho da incubadeira.


Você se agita. Seu pai conversa com você baixinho. Todos vem que você se acalma...
E todos vêm o grande amor que explode no olhar de seu pai para você.
É a hora de todos na torcida ligarem para os amigos e enviarem SMS. Os celulares não param de tocar.


A Nina Sá, a Ninaça, a Nininha, a Menininha do Meu Coração tinha chegado!


E o vovô e a vovó também estavam lá, chorando de emoção.


Beijos,


Vovô Sá